RUBIACEAE

Rudgea umbrosa Müll.Arg.

NT

EOO:

118.173,034 Km2

AOO:

120,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência nos estados da BAHIA, municípios de Caravelas (Matos 926), Ilhéus (Riedel 549); ESPÍRITO SANTO, municípios de Santa Leopoldina (Demuner 4413), Santa Teresa (Pizziolo 346), Vitória (Pereira 331); RIO DE JANEIRO, Municípios de Armação de Búzios (Quinet 726), Arraial do Cabo (Gomes 511a), Cabo Frio (Sucre 3778), Campos dos Goytacazes (Kuhlmann s.n.), Casimiro de Abreu (Fiaschi 3768), Macaé (Mello-Silva 859), Rio de Janeiro (Bovini 3691), São Pedro da Aldeia (Farney 4955).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Marta Moraes
Categoria: NT
Justificativa:

Arbustos ou arvoretas de até 4 m (Zappi, 2003), endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Foi documentada em Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila e Restinga associadas a Mata Atlântica nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Apresenta distribuição ampla, EOO=99903 km², constante presença em herbários e ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral. Além disso, a espécie parece ter subpopulações abundantes, mesmo em áreas degradadas (Saiter et al., 2011). Entretanto, os dois tipos vegetacionais em que as populações de R. umbrosa ocorrem, sofrem com a intensa pressão antrópica e destruição de habitats. Análise temporal das coletas na Bahia indica que a espécie pode ser bastante rara neste estado, com subpopulações em declínio e habitats severamente impactados por atividades agrosilviculturais, como criação de gado, plantações de cacau e cana-de-açúcar (Lapig, 2018). Casas de veraneio estão sendo rapidamente construídas nas terras baixas de vegetação de Restinga, sobre as dunas de areia ao redor de Cabo Frio, região que também é afetada pelos turistas, sendo utilizada como área de lazer. Manchas florestais no Espírito Santo são cada vez mais raras e estão sob forte pressão devido à extração de madeira para fabricação de celulose (Zappi, 2003). Sua ocorrência em áreas degradadas poderá causar declínio de habitat e populacional, diminuindo o número de situações de ameaça, e caso as ameaças não sejam controladas, transferindo a espécie para a categoria de ameaça mais restritiva. O AOO neste caso não foi considerado adequado para uma categorização pois, mesmo sendo estimado em 108 km², o que a posicionaria pelo critério B2 como Em Perigo (EN), a espécie não possui especifidade de habitat, o número de situações de ameaça verificado (11) ultrapassa o limiar para categorias de ameaça. De acordo com a especialista C.P. Brunieira (com. pess., 2019), a espécie não foi facilmente encontrada em esforços de campo empreendidos durante sua tese de doutoramento, indicando ainda alta vulnerabilidade da espécie em muitos dos ambientes em que é documentada. Diante desse cenário, portanto, a espécie foi considerada "Quase ameaçada" (NT) de extinção. Recomenda-se ações de pesquisa (censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN) previsto para sua região de ocorrência nos estados em que foi documentada.

Último avistamento: 2017
Quantidade de locations: 11
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim
Razão para reavaliação? Other
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Vulnerável" (VU) na Portaria 443 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação re-acessado após 5 anos da última avaliação.

Houve mudança de categoria: Sim
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 VU

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em Flora 59: 452-461, 1876. Espécie reconhecida pelas estípulas com apêndices glandulares dorsais, não carenadas, inflorescências em cimeiras ramificadas 15-30-flora, e pelas flores com tubo do cálice expandido, bastante distinto quando em fruto (Zappi, 2003; Bruniera, 2015).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree, bush
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Restinga
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa Submontana, Vegetação de Restinga
Habitats: 1 Forest, 3 Shrubland, , , 13 Marine Coastal/Supratidal, 13.3 Coastal Sand Dunes
Detalhes: Arbustos ou arvoretas de até 4 m de altura (Zappi, 2003). Ocorre em Restinga e Floresta Ombrófila Densa Submontana, até 850 m (Bruniera, 2015).
Referências:
  1. Zappi, D., 2003. Revision of Rudgea (Rubiaceae) in Southeastern and Southern Brazil., Kew Bulletin, 58: 513-596.
  2. Bruniera C.P., 2015. Sistemática e taxonomia de Rudgea Salisb. (Palicoureeae, Rubiaceae). Tese de doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo, 283 pp. Disponível em http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-28072015-145432/en.php

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development locality,habitat past,present,future regional very high
Os dois tipos vegetacionais em que as populações de R. umbrosa ocorrem, sofrem com a intensa pressão antrópica e destruição de habitats. Casas de veraneio estão sendo rapidamente construídas nas terras baixas da vegetação de Restinga, sobre as dunas de areia ao redor de Cabo Frio, região que também é afetada pelos turistas, sendo utilizada como área de lazer. Manchas florestais no Espírito Santo são cada vez mais raras e estão sob forte pressão devido à extração de madeira para fabricação de celulose (Zappi, 2003).
Referências:
  1. Zappi, D., 2003. Revision of Rudgea (Rubiaceae) in Southeastern and Southern Brazil., Kew Bulletin, 58: 513-596.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas habitat past,present,future regional high
O turismo é uma das principais atividades econômicas desenvolvidas nos municípios de Búzios e Cabo Frio (Ribeiro e Oliveira, 2009; Barbosa, 2003). Na Praia do Peró, município de Cabo Frio, encontra-se o maior e mais bem preservado campo de dunas móveis da costa fluminense. O projeto do mega-resort Reserva do Peró, conta com 450 ha de área, representando um impacto direto às formações naturais de dunas e à vegetação de restinga associada, o que significaria uma perda do maior remanescente desse ecossistema no estado (Pereira et al., 2011). Na praia de Tucuns, município de Armação dos Búzios, o resort SuperClubs Breezes Búzios, em faze de conclusão, representa uma perda de 7,88 ha de formações naturais de dunas (Pereira et al., 2011). Isso implica a perda de uma extensa área de vegetação de restinga.
Referências:
  1. Ribeiro, G., Oliveira, L.D. de, 2009. As Territorialidades da Metrópole no Século XXI: Tensões entre o Tradicional e o Moderno na Cidade de Cabo Frio-RJ. Geo UERJ 3, 108–127.Barbosa, K.C., 2003. Turismo em Armação dos Búzios (RJ, Brasil): percepções locais sobre os problemas da cidade e diretrizes prioritárias de apoio à gestão ambiental. Universidade Federal Fluminense.
  2. Barbosa, K.C., 2003. Turismo em Armação dos Búzios (RJ, Brasil): percepções locais sobre os problemas da cidade e diretrizes prioritárias de apoio à gestão ambiental. Universidade Federal Fluminense.
  3. Pereira, T.G., Oliveira Filho, S.R. de, Corrêa, W.B., Fernandez, G.B., 2011. Diversidade dunar entre Cabo Frio e Cabo Búzios – RJ. Rev. Geogr. 27, 277–290.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching locality,habitat past,present,future regional high
O município Campos dos Goytacazes possui 173248 ha dedicadas à pastagem, equivalente a 43% da área do município (Lapig, 2018). O município de Caravelas com 238171 ha tem 16% de seu território (38189 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Casimiro de Abreu com 46065 ha, tem 33% de seu território (15143 ha), convertidos em pastagem (Lapig, 2018). O município de Macaé (RJ), com 121622 ha, tem 45583 ha (37%) de seu território convertidos em pastagens (Lapig, 2018). O município de Santa Leopoldina (ES), com cerca de 71.809 ha, contém 17,4% de sua área convertida em pastagens (Lapig, 2018). O município de Santa Teresa com 68315 ha tem 12,3% de seu território (8449 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html. (acesso em 25 de agosto 2018)

Ações de conservação (3):

Ação Situação
5 Law & policy on going
A espécie consta no Anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de Setembro de 2008 (MMA, 2008) sendo considerada uma espécie com "Dados Deficientes" (DD) para avaliação do risco de extinção. Foi considerada "Vulnerável" (VU) em avaliação de risco de extinção empreendida pela Fundação Biodiversitas (Biodiversitas, 2005). A espécie foi avaliada como "Vulnerável" (VU) no Livro Vermelho CNCFlora 2013 e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014).
Referências:
  1. Ministério do Meio Ambiente (MMA), (2008). Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.
  2. CNCFlora. Rudgea umbrosa - in Lista Vermelha da flora brasileira Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/ Rudgea umbrosa>.
  3. Ministério do Meio Ambiente (MMA), 2014. Portaria nº 443/2014. Anexo I. Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção. Disponível em: http://dados.gov.br/dataset/portaria_443. Acesso em 14 de abril 2019.
Ação Situação
1 Land/water protection on going
A espécie foi coletada na Estação Biológica Sta Lucia - ES (Pizziolo 346), Parque Estadual da Costa do Sol - RJ (Verdi 7547), Monumento Natural das Ilhas Cagarras (Bovini 3691), Área de Proteção Ambiental do Pau Brasil - RJ (Pirani 6634)
Ação Situação
1 Land/water protection needed
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção : Território Espírito Santo - 33 (ES)

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.